O segundo problema me deu muita dor de cabeça, o problema se chamava “amigos”. Eles faziam de tudo para atormentar a minha vida no Orkut, chegaram a criar fakes de mulheres para deixarem mensagens falsas no meu Orkut. Uma vez a minha namorada apareceu na minha casa totalmente furiosa, mas muito furiosa mesmo, entrou arrombando a porta e batendo em mim:
- Porraaaa!!! O que eu fiz?????
- Canalha, canalha, me traiu... filho da p%&*¨@, eu vi no teu Orkut, não adianta nergar...
Da mesma maneira abrupta que ela entrou, ela saiu. Fui correndo para o computador fuçar no Orkut para ver o que encontrava. Nem precisei procurar muito, lá estava o pepino na minha pagina de recados, alguém com um fake deixou um recado fazendo a minha caveira, dizia o recado que a noite tinha sido ótima, que foi a melhor noite da vida dela e que acordar do meu lado foi uma maravilha... logo acima estava o recado da minha namorada, ou ex, puta da vida e falando um monte de merda. Ela sabia que vira e meche alguém colocava um recado daquele no meu Orkut, ela também sabia que no mesmo dia que o fake disse ter saído comigo, eu estava na praia com ela... ate tentei voltar com ela, mas a cabeça dura não quis, fazer o que né?
Teve outra vez que ao chegar na escola comecei a levar chute na bunda de todo mundo, fiquei puto da vida, perguntei para todo mundo o porque daquilo e ninguém falava nada. Passei o dia levando chute na poupança, ao chegar em casa (com a bunda roxa de tanto levar chute) entrei na comunidade da escola, dou de cara com um tópico “dia do chute no Joãozinho!!!”, tinha uma descrição minha e ate foto... fiquei bravo e armei uma pequena vingança contra o cara que armou aquilo, criei o dia do “cuecão no Carlos!”.
Mas o cumulo, dos cúmulos do absurdo, que ate casou o meu suicídio no Orkut (apaguei meu perfil) foi o caso do “ Se liberta ”.
Domingo de manhã, estava dormindo com os anjinhos quando sou acordado por uma barulheira enorme, gente fazendo bagunça, som alto e meu nome sendo chamado a todo instante.
- Mas que merda é essa???? (pensei comigo mesmo)
Tirei meu pijama, coloquei uma roupa decente e desci para ver o que estava acontecendo. Para a minha surpresa tinha um caminhão de som com dois viados dançando em cima, uma pequena multidão muito da baitola segurando cartazes com os dizeres “se solta bi...” “venha para o mundo cor de rosa...” “não se reprima...”. e perguntei “educadamente” para o que parecia ser o organizador da bagunça:
- MAASSSSSS QUE PORRA É ESSA??????????????
- Esse é o movimento que detona a repressão e solta as pessoas de sua prisão, é o movimento “se solta amigo!!!”, um movimento que apóia pessoas sexualmente oprimidas por seus parentes, amigos, sociedade... pessoas que reprimem a sua verdadeira sexualidade por temer a sociedade. Nos estamos aqui para te apoiar e te ajudar no que for preciso para que você possa se converter e ter uma vida mais feliz, isso graças aos seus amigos que através do Orkut vieram pedir nosso apoio para te libertar das amarras da opressão dessa sociedade sem escrúpulos...
- Amigos??? Orkut???? Liberar das amarras da opressão??? Entendi!!!! Espera ai que eu vou buscar uma coisa lá em cima...
Nisso quase toda a vizinhança estava lá de olho no que estava acontecendo e eu puto da vida com aquilo tudo. Apesar de estar puto, sossegadamente eu subi ate o meu apartamento, peguei um isqueiro e duas baterias de fogos de artifício (baterias que eu ia usar na festa junina, mas que ia valer a pena gastar agora) e desci.
Lá em baixo tinha uma multidão olhando as bibas fazendo algazarra. Ao me ver a chefona me perguntou:
- Para que isso amiga?????
- Para comemorar a minha liberdade...
Ao ouvirem isso, fizeram a maior festa, começaram a dançar e a fazer tudo que tinha direito, já eu, acendi uma das baterias, coloquei no chão, deitei a bateria e apontei para elas, apoiei meu pé em cima da bateria para ter certeza que não iria sair da mira. Os viados só foram se tocar daquilo que estava fazendo quando viram os vizinhos correndo, mas mau deu tempo deles saírem correndo, a bateria começou a estourar, tinha gente correndo para tudo que era lado, gente se escondendo e gente parada no meio da rua gritando. Quando a primeira bateria acabou, eu peguei a segunda, arranquei o estopim e acendi diretamente (para ser mais rápido). Quando a segunda bateria acabou de estourar, não havia mais ninguém na rua, a rua estava mais deserta que o de costume... peguei as baterias vazias, voltei para o meu apartamento, coloquei meu pijama e voltei a dormir. A tarde apareceu um grupo de amigos para tirar um sarro com o acontecido, mas dessa vez foi a vez deles serem recebidos com fogos de artifício na polpança...