Ajudando um Ricardão

Estava trabalhando tranquilamente na minha mesa, quando escuto um “ pissiu pissiu”,olho e para minha vejo o gerente de cueca na porta da sala dele, “ venha aqui por favor”( disse ele), na hora eu pensei numa grande besteira e para prevenir qualquer ataque de taradisse do doido, eu me armei com um estilete (oras se o teu gerente te chama na porta da sala de, todo suado e apenas de cueca, você também não ia pensar besteira???), fui de vagarinho ate ele dando um passa de cada vez, ao chegar perto dele eu vi pela fresta da porta, que estava um pouco aberta, a mulher do todo poderoso (apelido singelo do chefe) quase nua e toda apresada para vestir a roupa, então o gerente me disse:
- O todo poderoso acabou de me ligar! Ele esta vindo e quer falar comigo urgentemente, ele deve estar lá na recepção agora, você já deve ter percebido minha situação delicada ne? Hehe... então por favor me ajuda, enrole o maximo que você puder o Todo Poderoso lá em baixo!!!
E foi o que eu fiz, enrolei o maximo que pude, ( foi ate fácil, o melhor jeito de enrolar uma pessoa mão-de-vaca, é falar para ele conferir o relatório da empresa porque parece que esta havendo gasto alem da conta), quando o Todo Poderoso subiu os dois já tinham se arrumado. Depois de tudo o gerente veio agradecer a minha ajuda:
- Cara eu não sei como te agradecer...
- Ah mas eu sei como!
- Como?
- Me dando um aumento oras.
- Você esta doido?
- Nem um pouco.
- Eu não vou te dar aumento nenhum!!!
- Bom se você não me der aumento, o Todo Poderoso vai me dar, principalmente após ver esse vídeo que eu fiz com o meu celular!!!! Por isso que eu adoro celular com câmera, ele sempre é útil para alguma coisa ( enquanto ele falava eu peguei o meu celular e comecei a gravar discretamente toda a cena), depois de ver a gravação não teve escapatória, ele me deu um bom aumento de salário, o aumento foi tão bom, que só com o aumento deu para mim compara um celular novo (e ainda bem melhor que o outro), e comprar uma câmera digital (ambos a prestação, mas deu para comprar).

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Eu estava andando pela rua tranquilamente ( como sempre eu faço ), quando eu vi um grupo 15 a 20 meninos correndo do outro lado da rua, eles iam em direção a duas senhoras. Quando as senhoras viram aquela mulecada vindo na direção delas, elas ficaram muito assustadas e quase que intuitivamente elas assumiram uma postura defensiva “ a primeira abraçou a bolsa e fechou os olhos, a segunda colocou um braço em cima da cabeça e com o outro ela esticou com a bolsa (como se tivesse a entregando a alguém)”. Então os muleques passaram por elas como se as mesmas não existissem, na verdade, eles estavam correndo atrás de uma pipa que teve a linha cortada (aqui os muleques soltam pipa com serol, um fica cortando a linha do outro, depois que a linha é cortada eles saem correndo atrás da pipa). Algumas pessoas que estavam num bar ali perto começaram a tirar sarro das duas senhoras, uma ficou envergonhada e foi embora sem dar nenhum piu, já a outro armou o maior barraco com o pessoal do bar, e só saiu dali quando a policia a arrastou dali.

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Gravando um filme



O prefeito resolveu gravar um filme em nossa cidade, a idéia dele era fazer um filme que envolvia ação, romance, muita aventura e um toque de comedia (tudo que o povo gosta), alias a idéia de fazer o filme surgiu na intenção de agradar o povo para a eleição; voltando ao assunto... era para ser um bom filme, feito em nossa cidade e produzido pelos habitante da cidade. Para falar a verdade ninguém curtiu a idéia de fazer filme, mas quando o prefeito falou a frase mágica “uma Hollywood brasileira”, as pessoas ficaram com um brilinho nos olhos e na mesma hora todos começaram a adorar a idéia do filme. Mas para fazer o filme era preciso ter três coisas: uma historia, dinheiro e pessoas para gravar o filme.
Pessoas para aparecer no filme não faltava, tinha voluntário por todos os cantos da cidade, inclusive tinha uma pessoa que entendia bem do assunto (meu amigo Carlos), ele fez diversos cursos ligado a essa área ( inclusive curso no exterior... bommm... foi na argentina, mas mesmo assim é exterior), no entanto o Carlos também não era a favor do filme, mas quando ele viu o salário que o prefeito estava oferecendo, ele aceitou o cargo de diretor e roteirista mesmo sendo contra, ele me chamou para ajudá-lo a gravar o filme (ele era o único que entendia de gravação de filme na cidade, e eu era o único que sabia manusear uma câmera ), como eu não era a favor do filme, não aceitei a proposta de começa, mas quando eu vi o salário que estavam pagando, aceitei sem pensar duas vezes.
Dinheiro.... dinheiro não também não faltava, alem do prefeito ter desviado dinheiro de algumas áreas como educação, infra-estrutura, saúde.... (menos do salário dele e dos vereadores) se o dinheiro estivesse sendo desviado por qualquer outro motivo o povo reclamaria, mas como era para a nova “Hollywood brasileira” eles ate apoiaram, não só apoiaram como doaram mais dinheiro.
A historia do filme já estava pronta a tempos, era a historia dos Tropes e Lancaster, os Tropes e Lancaster eram duas famílias que “guerreavam” literalmente por terras nessas redondezas a uns 100 anos atrás, durante anos muitas pessoas de ambas famílias morreram na disputa de terras, mas isso acabou com o casamento de uma neta do patriarca dos Lancaster e um zé-ruela dos Tropes. Viu a historia tinha de tudo, ação, romance, muita aventura e a comedia ia ser acrescentada durante a gravação.

Estava tudo pronto, era apenas gravar o filme.

O maior problema que se enfrenta ao gravar um filme, numa cidade onde a maioria dos moradores nunca haviam ido a um cinema era a curiosidade, uma multidão seguia a gravação do filme, muitos entravam no meio da gravação apenas para dar tchauzinho para a câmera, as vezes tínhamos que reagravar umas 30 vezes uma mesma cena, por causa dos inconvenientes causados pelas pessoas que assistiam a gravação, o pior dos inconvenientes era o barulho que eles faziam, nas cenas românticas eles faziam “ AAAAHHHHH” e quando o bandido aparecia, os infelizes o ficavam chingando e o vaiando. Outro problema era que todos os atores eram amadores, era difícil de fazer eles acertarem uma cena e muitas vezes quando finalmente acertavam, passava um engraçadinho no fundo dando tchau e gritando para a câmera.
Outras coisas “interessantes” aconteceram durante a gravação do filme, teve uma vez que após uma cena romântica que envolvia beijo, a mulher do cara que estava atuando, surgiu furiosa do nada, partiu para cima do coitado e começou a bater no infeliz. Nas cenas que tinha tiroteio (teve bastante cenas de tiroteio), tinha pessoas que achavam que haviam recebido tiro de verdade e faziam o maior escândalo ( detalhe: todas as balas eram de festim, totalmente inofensivas ).
Teve a vez que o ator pisou no rabo de um gato, o que ele tinha que fazer era simples “ pegar o gato da família e o levar para cozinha”, mas o infeliz pisou no gato sem querer, daí o gato SURTO, pulou nas pernas do coitado e fincou as unhas nas pernas do cara, então o tonto começou a chacoalhar as pernas desesperadamente, quanto mais ele chacoalhava mais o gato subia nas pernas dele, o gato subiu tanto que o homem começou a gritar assim:
- aiiii meus bagos, meus bagos ele agarrou neles!!!!
Foi um trabalho desgraçado para tirar o gato de lá, mas apesar de tudo o coitado do gato ficou bem, já o infeliz que pisou no rabo dele, levou um monte de pontos na perna e nas coisas dele.
Com o filme pronto e editado, foi hora de ver se ele agravada ao publico, o prefeito montou um baita telão na praça central da cidade, alem do telão o prefeito colocou alguns vendedores ambulantes (pessoas para venderem pipoca, refrigerante, doce ...). A noite a praça estava cheia (se não estivesse toda a cidade lá, pelo menos estava quase toda), tinha gente em cima dos telhados das casas que rodeavam a praça, tinha gente nas janelas e na torre da igreja, nas arvores, em cima dos carros e nem mesmo os postes escaparam da invasão de pessoas.
Como eu havia dito anteriormente o filme era para ter ação, suspense, aventura, romance e um pouco de comedia, mas ao contrario do que era pretendido o filme ficou uma comedia pura, as pessoas passaram a maior parte do filme rindo, o filme foi bem gravado, bem editado, bem dirigido etc... mas o que não ajudou foram os atores que eram totalmente sem noção e patetas, exageravam muito na atuação, não paravam de olhar para câmera, cometiam erros de português lamentáveis, foi por causa da atuação exagerada dos atores que o filme se tornou uma comedia, principalmente nas cenas que envolviam tiros e mortes, tudo agravado pelas pessoas que achavam que os tiros eram de verdade. Mas apesar desse inconveniente, as pessoas gostaram do filme, o filme foi passado durante uma semana na praça, e em todas as apresentações a praça ficou lotada, a maioria das pessoas ali assistiram o filme umas 5 a 7 vezes. Quem não gostou muito do resultado foi o prefeito, mas quando ele percebeu que o povo adorou, imediatamente mudou de opinião em relação ao filme, tanto que ele queria gravar mais filmes, porem esse filme foi o primeiro e o ultimo gravado por nos, o prefeito não conseguiu se reeleger e o novo prefeito não era muito a favor da idéia de gravar o filme. Depois que acabou as apresentações do filme na praça, o prefeito fez copias em fitas e vendeu para as locadoras, ate hoje em dia o filme é bem locado, tem desse filme ate em dvd.

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O macaco encrenqueiro


Uma certa vez apareceu na praça central de minha cidadezinha um macaco... ninguém sabia de onde ele tinha vindo ou se alguém o teria deixado ali, ele simplesmente apareceu, a única coisa que se sabia era que se tratava de um macaco prego, macho e meio grandinho para a espécie dele. No começo todo mundo achou bonitinho ter um macaquinho fofo na praça, tinha gente que trazia comida para dar para ele, já outros iam ate a praça apenas para ver o macaco fazer estripulias.
Os primeiros a mudarem de idéia foram os tiozinhos que jogavam tranca na praça, muitas vezes no meio do jogo o macaco pulava em cima da mesa, bagunçava todas as cartas e muitas vezes roubava alguma carta, depois de bagunçar com tudo ele saia correndo e subia em cima de alguma arvore, o resultado foi que os tiozinhos tiveram que arrumar outro lugar para jogarem a sua tranca de cada dia. Logo depois foram as pessoas que transitavam pela praça que começaram a sofrer com o macaco ( já que não tinha tiozinhos para ele encher a paciência, ele foi encher as paciências de quem passava por ali ), o infeliz do macaco começou a roubar qualquer coisa que as pessoas tivessem na mão, quando ele avistava algo que o interessava ( ele dava preferência a celulares ) ele descia da arvore e saia em disparada para cima da pessoa, então ele pulava na mão da pessoa e fazia de tudo para tirar o objeto de interesse da mão de tua vitima ( muitas vezes ele ate mordia), depois de tirar o objeto da mão da pessoa ele subia em cima da arvore de novo, lá ele ficava brincando com um objeto durante algum tempo e quando enjoava ele atacava o negocio de lá de cima. Talvez não seje verdade, mas parecia que ele mirava na cabeça das pessoas, vira e mexe ele acertava a cabeça de alguém, e como ele adorava celular.... bommm.... não preciso falar muito.... tu já deve ter imaginado o estrago, alem do celular ficar em pedacinhos a cabeça da vitima também ficava rachada, a maioria tinha que ser levada ao hospital.
Com o passar do tempo as pessoas começaram a ficar com medo dele, muitas evitavam de passar pela praça, as que se atreviam a passar pela praça ( afinal a praça era razoavelmente grande e cortava um bom caminho) começaram a gritar, chutar e ate mesmo a atacar pedras toda vez que o macaco ameaçava se aproximar. Com isso cada vez mais o macaco foi ficando mais arredio, agressivo e surtado... isso mesmo “surtado”, o infeliz inventou de atacar merda nas pessoas que passavam pela praça, para ajudar o infeliz tinha uma mira desgraçada, ele não errava uma.
O movimento que já era pouco na praça ( por causa do macaco) começou a diminuir ate ficar quase nenhum ( também culpa do macaco ), então o prefeito cansado de receber reclamações de todas as partes ( ate no super mercado as pessoas viam reclamar do macaco) decidiu tomar uma atitude, mandou dois tiozinhos gordos capturarem o macaco. Eles ate tentaram, mas o macaco era duas vezes mais esperto, cinco vezes mais ágil, muitas vezes mais leve e varias vezes mais sacana... os tiozinhos ate tentaram subir nas arvores para pegar o macaco lá em cima, mas depois de subirem um metro e meio na arvore eles já estavam exaltos, correr era uma outra alternativa que não deu certo (poxa, eles se cansavam ate de caminhar). Daí eles começaram a armar armadilhas por todos os cantos da praça, mas o bendito macaco não caiu em nenhuma, bom.... ele ate caiu em algumas mas ele sempre se soltava, depois de gastarem os planos a, b, c, d .... eles resolveram apelar para o plano G, o plano g consistia em usar armamento pesado para pegar o macaco, uma garrucha ( entendeu o porque do plano g??? sabe Garrucha, plano G, pois é essa foi a idéia deles), se você não sabe o que é uma garrucha eu te explico: garrucha é um revolvim muito do antigo e do safado, daqueles que só dão um tiro, e depois desse tiro tu gasta meia hora recarregar ( para recarregar tu entucha pólvora dentro do cano e depois coloca uma bolinha de chumbo que no caso seria a bala propriamente dita), o plano “G” também não deu certo, a mira dos tiozinhos era péssima, de cada 20 tiros que eles davam apenas 2 passavam perto, e olha que essas são as estimativas boas.
Num belo dia, um senhor desavisado estava passando pela praça quando o macaco atirou merda nele, ao sentir alguma coisa o acertar, o velhinho parou e analisou aquilo que o havia acertado, quando ele percebeu o que era ele ficou puto da cara, olhou para cima e disse:
- muleque ( pelo jeito alem de desavisado ele também era meio cegueta ) filho de uma mãe batedeira, eu vou te pagar na mesma moeda seu lazarento “ porque quem com ferro fere, com ferro será ferido ” ( gritou o tio).
Então o velho abaixou as calças, deu uma agachadinha, colocou a mão para trás e deu um belo cagalhão na mão. Daí ele deu uma encarada no macaco e atirou o bolo de merda no infeliz, tal bolo de merda acertou em cheio a cara do macaco, dizem que parecia que o macaco tinha levado um tiro de fuzil ( a cabeça dele foi lançada para trás e todo o corpo seguiu a cabeça, e de cima da arvore o macaco caiu e se estatelou no chão ), logo o macaco se levantou e tentou retirar a porcaria da cara dele, ele tentou de tudo ( esfregava as mãozinhas na cara, rolava e esfregava a cara no chão). O macaco ficou tão artodoado que saiu correndo em disparada pela praça, ate atravessou a rua ( deixo de passagem que ele não olhou para os dois lados antes de atravessar, se tivesse feito isso teria evitado o acidente ), daí um caminhão de cimento passou por cima dele ( também dizem que o som do caminhão passando por cima do macaco foi algo como ploc- ploc ).
Muita gente ficou triste com o fim do macaco, mas muito mais gente ficou feliz com o fim do maçado, depois da morte do macaco fizeram uma pequena lapide e o enterraram no centro da cidade, alguns falam que ate hoje o macaco assombra a praça.

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Venho através dessa humilde postagem, pedir desculpas para os leitores do blog pela falta de historias novas, mas eu fiz uma viagem que ia durar uns dias e durou mais de um mês, outro fator que contribuiu para a falta de historias no blog foi a falta de historias para colocar aqui, entendeu???? Depois de mais de 60 historias o estoque esta acabando, pelas minhas contas tem mais três historias novas para colocar no blog, esse numero pode aumentar se acontecer mais alguma historia comigo ou se eu me lembrar de alguma historia. Também faz tempo que não me mandão historias para o mail, se você tiver alguma, me ajude mande a tua historia para o mail olhandoalua@pop.com.br, mas mesmo não atualisando o blog constantemente, eu sempre estou passando pelo blog para ver se tem algum comentário novo.

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Uma noite no hospital


Então uma vez eu peguei uma infecção brava, eu estava tão mal que tive que me arrastar ate o medico ( quem me conhece sabe que odeio ir ao medico, vou apenas em necessidades extremas ). O medico me fez fica de observação durante a noite, eu ate tentei escapar dali, mas o infeliz do doutor Valdemar me seguiu ate a sala de observação e recomendou as enfermeiras não me deixarem sozinho por nada, ate para ir ao banheiro eu teria que ir acompanhado ( esse medico me conhecia bem, afinal ele é meu medico desde criança, ele se lembra muito bem das vezes que a minha mãe me levava ao hospital e eu fugia pelas portas do fundo).
Ao chegar na sala percebi que não seria uma noite muito fácil ( havia mais algumas pessoas na sala, muitos resmungando ), mas pelo menos a cadeira era confortável e reclinável. Eu tentei dormir mas tinha um bêbado na sala que ficava pedindo para a enfermeira tirar o ponto do soro do braço dele, para que o mesmo pudesse ir embora:
- poxa! Hic!!!! Eu num to duente, não preciso ficar aqui mofando, tira esse negocio do meu braço para eu ir embora...
- primeiro eu tenho que pedir para um medico te reavaliar ( dizia a enfermeira ).
- porra!!!! Eh... um.... bem.... ! “ o que eu ia falar mesmo???”, ah sim, se você não tirar esse tubinho do meu braço, eu mesmo vou tirar.
A enfermeira deixou o bebum falando sozinho e foi atender uma moça. A enfermeira tinha apenas que tirar sangue da moça, no entanto a moça tinha medo de agulha, o que transformou a retirada de sangue virou uma batalha, mas o problema foi logo resolvido ( o que 4 enfermeiras segurado a moça não fazem em???).
Depois de retirar o sangue a enfermeira disse que teria que aplicar uma injeção no bumbum dela, nisso o bêbado se manifestou:
- opa!!! Agora to gostando daqui, hic!!! Deixa eu aplicar a injeção nela, prometo tomar cuidado...
Ninguém deu muita bola para o bêbado, então a moça e a enfermeira entraram num quartinho, quando saíram de lá o bêbado voltou a se manifestar: “ – eita, como eu queria ser uma injeção nessas horas”.
De tanto encher o saco, a enfermeira retirou o soro do bêbado e o liberou para ir embora, cambaleante e soluçante o bêbado foi embora. Quando finalmente achei que iria dormir, chegou uma senhora que não parava de reclamar de dores por todo o corpo, enquanto a enfermeira não veio atendê-la ela não parou de chamar a enfermeira e nem parou de reclamar de dor:
- ai ai ai !!! dói tudo, enfermeira me aplica a injeção logo para parar a dor! Ai meu Deus, acho que vou morrer de tanta dor...
Então a enfermeira veio e aplicou a injeção, 30 segundos depois a senhora já estava dizendo:
- ah mas eu já estou boa, já vou ate embora...
Ela não foi a única a se curar instantaneamente ao tomar um medicamento, com outras pessoas também aconteceu isso, também teve uma mulher que após tomar uma dose alta de morfina não passou a dor. Quando a madrugada chegou e o meu sono também, reclinei a cadeira e tirei um bom cochilo. Acabei acordando com uns gemidos, parecia que alguém estava tendo um orgasmo, “ mas que putaria esta acontecendo aqui???”(pensei comigo mesmo). Abri os olhos e levantei a cabeça e ao olhar para o lado vi uma cena assustadora, tinha um monte de enfermeiras segurando uma moça que parecia ter vindo do filme “ o exorcista ”, ela estava branca, se contorcia toda e temia como uma batedeira, então veio um medico e a levou para um outro lugar. Depois disso eu não consegui mais dormi, então dei uma olhada por toda a sala, e reparei que havia gente nova ali e gente que tinha ido embora, entre eles um baita de um negão que estava variando das idéias. Alem de falar sozinho, o cara via coisas andando nas paredes, mas se fosse apenas isso, tudo bem já eu estou acostumado a lidar com pessoas variando ( acho que eu sou uma das pessoas no mundo que mais viram e conviveram com bêbados no mundo, só perco para donos de bar, donos de zona e putas ), mas o infeliz se levantou e começou a andar por toda a sala, o pobre coitado mal se agüentava em pe, andava passo por passo e a cada passo ele cambaleava e parecia que ia cair ( imagine um negro de 2 m de altura, uns 110 quilos caindo em cima de uma pessoa doente... imaginou ???? pois é, um estrago não???? ), mas para a sorte de todos os pacientes naquela sala, havia ali uma enfermeira muito da dedicada, apesar de ser baixinha ela carregava o grandão e o levava para a cadeira, mas não adiantava, logo depois da enfermeira o fazer sentar ele se levantava de novo, teve uma vez que ele se levantou e foi ao banheiro, com o maior esforço (e com a ajuda da enfermeira) ele achou o banheiro, mas depois ele não conseguia sair de lá, dava para ouvir os resmungos e os passos dele de lá para cá procurando a porta, de novo a enfermeira teve que ir ajudar o homem, ele só saiu de lá porque a enfermeira o ajudou. Depois de ser levantar mais algumas vezes, dar algumas voltas pela sala e se sentar de novo ( quando ele se levantava, todo mundo ficava com receio que ele caísse em cima de alguém, mas quem ficava preocupado mesmo era a enfermeira), então depois de dar umas voltas ele resolveu ir embora, levantou e saiu andando, a enfermeira ate tentou impedir ele, mas faltou alguns centímetros em sua altura para que ela conseguisse fazer isso, logo depois veio um guarda dando a noticia, que o cara tinha tentado roubar uma bicicleta de uma funcionaria, mas o coitado tava tão mal que não conseguia se equilibrar em cima da bicicleta, quando duas funcionarias começaram a gritar ele fugiu a pé mesmo, então a enfermeira falou:
- nossa essa noite foi irreal, nunca passei um plantão assim!!!!

E eu respondi para ela:
- essas coisas sempre acontecem nos lugares que estou

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A polemica do boi


O prefeito de minha cidade decidiu fazer uma estatua de boi para colocar na praça da cidade, a estatua era para homenagear um boi de uma lenda da cidade. “O boi Cidão ao ver uma criança se afogando no rio, pulou dentro da água e nadou ate o pirralho que inventou de se afogar, então o muleque subiu nas costas dele e o boi Cidão, daí o boi o trouxe de novo para a margem do rio.”
Esse boi virou uma lenda de muito sucesso na cidade, tanto sucesso que ate hoje a lenda do boi existe (essa lenda tem mais de dois séculos). Voltando ao assunto, a estatua iria ser feita para homenagear o boi, para você ver como o povo de minha cidade era caduco, com tanta gente para homenagear com uma estatua, decidiram fazer logo de um boi.
Mandaram fazer primeiro uma replica em gesso para passar por aprovação popular (alem de caducos eles também não tinham muito oque fazer!!!), mas a replica causou grande alvoroço já que a estatua tinha os chifres muito grandes. Na verdade quem começou com essa historia de chifre grande, foram um grupo de senhoras que se auto denominavam “as carolinhas da igreja”, o nome já diz tudo, foi por causa delas que esse alvoroço começou, a culpa em partes também foi do prefeito que disse que “a estatua representava o povo da cidade!!!”, ele quis dizer que o povo da cidade era formado de pessoas bondosas e batalhadoras como o boi, mas as pessoas entenderam que elas eram chifrudas como o boi!!! Esse chifrudo foi entendido de duas formas, a primeira foi de chifre de traição, a segunda como chifre de capeta.
Então o prefeito cedeu a pressão popular (já que ele queria se reeleger). No dia da inauguração foi feita uma grande festa, estava tudo indo bem ate que um bêbado (porque sempre tem que ser os bêbados?) reparou em algo que ninguém ali tinha reparado ate o momento:
- Nossa!!!! (gritou o bebado) Essa “estalta” representa mesmo os homi dessa cidade, olha o tamanho do pingelo dela, é avantajado, alias bem avantajado, isso quer dizer que os homi daqui também são avantajados!!! Mas que porra!!! “Purque” porque minha mãe foi me ter em outra cidade... hic!!!
Depois disso, que foram perceber que a estatua era bem dotada, daí se formou outra onda de protesto contra a estatua “Isso é uma ofensa contra a moral de nossa cidade” “E as crianças? Vão ter que ficar vendo essa obscenidade?” “isso é uma falta de vergonha”. Encheram tanto o saco do prefeito, que o próprio teve que mandar cortar o bagulho da estatua, isso mesmo caparam a estatua, e foi só caparem a estatua para sossegar o povo.
Para você ver, a minha cidade é a única que capa os seus heróis!!! Dizem que o negocio da estatua ainda esta guardado na prefeitura, sempre tive vontade de entra lá para roubar o negocio da estatua, e o devolver no lugar, e acabei fazendo isso, mas daí essa já é outra historia!!!

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A dentadura perdida

Vira e mexe, a diretora do meu colégio organizava alguma obra beneficente, ela apenas organizava e dava as ordens, o trabalho bruto ela deixava para os alunos. Uma das ultimas obras beneficentes que eu participei foi a semana de ajuda ao idoso, durante essa semana as turmas iriam se revezar em trabalhos voluntários em diversos asilos e instituições ao idoso. Não havia como escapar das obras beneficentes da diretora, essas obras de caridade valiam pontos em diversas matérias, e quem não participasse perdia pontos em diversas matérias.
Minha turma ficou encarregada de auxiliar um asilo, deveríamos ajudar em diversas coisas, desde ajudar a dar banho em alguns velhinhos ate limpar os banheiros. Para a minha sorte, eu fiquei com o trabalho mais fácil, o de ficar fazendo companhia para distrair os velhinhos, eu apenas precisava ouvir as mais variadas historias de “quando eu era mais jovem” que eles contavam, jogar damas e contar piadas, a minha parte eu tirei de letra, mas os meus colegas estavam tendo dificuldades em realizar as tarefas, por exemplo o Juvenal e o Orlando que ficaram encarregados de limpar o banheiro.
O almoço daquele dia iria ser especial, macarronada e costela assada, os tiozinhos estavam ansiosos para poder almoçar. Havia uma senhora procurando alguma coisa fazia algum tempo, a coitada estava doida procurando a dentadura dela, se por algum acaso ela não achasse a dentadura, a mesma iria ficar sem poder comer aquele almoço especial, como ela não conseguiu achar ela pediu ajuda de outros velhinhos, e depois ela pediu a ajuda aos voluntários daquele dia (que no casa seria eu a minha turma).
Então se formou um pequeno mutirão em busca da dentadura, estavam todos empenhados em ajudar a senhora, não só pelo motivo de ajudar ela, mas também para calar a veia que não parava de choramingar:
- Logo hoje que tem gostosuras para comer, foi sumir a minha dentadura, mas que “carambolas”, pego o maledeto que fez isso comigo. Logo hoje que a comida vai ser gostosa, to cansada de come arrois, fejão e bife!!!!(dizia a velhinha).
Depois que ela se cansou de reclamar, ela começou dar ordens de busca para todo mundo, como uma patroa, ela dava ordens e mais ordens, por acaso ordens bem ofensivas : “procura em baixo da cama, seu jarucu!!!”, “olha nos cantos do sofá da sala, seu cara de galinha de natal (acho que ela queria dizer chester ou peru, mas isso só ela sabe)”, “vai ver no quintal, seu preguiçoso”. Depois de uma hora de busca, nada de aparecer a dentadura da veia, ela já estava entrando em desespero, com a idéia de não poder almoçar naquele dia. Nisso um senhor muito do encabulado, me puxou para um canto e me disse:
- Olha isso que eu vou te contar fica somente entre nos dois, pode ser?(disse o senhor encabulado)
- Minha boca é um tumulo, pode falar.
- Bem, é que eu achei essa dentadura perdida numa gaveta, e eu pensei que ninguém estivesse a usar ela, e como a minha esta muito gasta e anda me incomodando o canto da boca, eu testei essa para ver se me assentava melhor na boca que a minha antiga, para minha surpresa ela coube direitinho, então eu to usando ela. Mas acho que essa dentadura é daquela senhora, intao toma ela e devolve para ela. Peguei a dentadura, que ainda estava meio úmida (eca!!!) e fui devolver a dentadura para a velhinha desesperada e mandona. Quando eu me aproximei dela eu disse: “ dona Creide achei sua dentadura”, então ela abri um sorriso de orelha a orelha e perguntou onde eu tinha encontrado ela, então eu olhei bem para a cara dela e disse: “- ela esta na sua boca!!!”, isso mesmo quando ela sorriu eu vi a dentadura na boca dela, ela colocou o dedo na boca, catucou catucou catucou, e disse “-É verdade ela tava aqui o tempo todo”. Então tudo se acalmou, daí eu chamei o senhor envergonhado para um canto, e devolvi a dentadura para ele, o mesmo ficou feliz da vida e saltitante foi almoçar com a dentadura nova.

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Bebe chorão


Dinho era conhecido como bebe chorão, isso se deve ao fato dele ser muito sensível, ninguém podia encostar nele, que ele já abria o bocão para chorar, ele também era muito curioso, por causa dessa curiosidade uma vez ele se meteu em uma baita encrenca.
Era véspera do aniversario de 50 anos de minha escola, iria ser uma data muito especial (afinal era meio século de idade), então para comemorar essa data especial, a nossa diretora preparou uma toda festa especial. Na véspera da festa, eu e a minha turma (incluindo o Dinho que era de minha turma) estávamos em educação física, então vimos quando um furgão chegou e começou a descarregar varias caixas, curiosos como nos éramos, fomos lá xeretar o que havia naquelas caixas, para nossa sorte era o tio Elias que estava descarregando as caixas, o tio Elias era o zelador mais gente boa do colégio ele era atencioso com todas as crianças, daí o tio Elias decidiu mostrar o que tinha dentro das caixas, na primeira caixa tinha foguetes:
- isso daqui você infinca no chão, acende esse pavio e sai correndo, então o foguete sobe ate lá em cima e explodi e quando isso acontece sai um monte de fogos coloridos (deu para perceber que as explicações dele eram muito cientificas).
Depois ele abriu uma caixa de rojão:
- isso daqui é um rojão, você acende esse pavio, ergue ele lá em cima, e espera ele soltar o estopim.
E de caixa em caixa ele foi mostrando o que cada uma tinha, enquanto o tio Elias estava ali distraído explicando o que cada fogo-de-artifício fazia, atrás dele o Dinho brincava com um rojão e um isqueiro (tal isqueiro ninguém sabe onde ele arrumou), então uma menina o viu e alertou o tio Elias, ao ver o moleque segurando o rojão tio Elias soltou um berro:
- aonde tu arrumou esse bagulho muleque???
- Peguei emprestado!(respondeu o Dinho)
O Dinho acabou acendendo o pavil, antes mesmo que alguém pudesse tomar dele. Entres as dezenas de fogos que tinha ali, o infeliz e mal azarado pegou justamente o que tinha vindo com defeito.
Depois de ter acendido o pavil do foguete, ele ergueu a mão ara soltar o rojão, então aconteceu algo que ele não estava esperando, o foguete explodiu na mão dele. Após a explosão, a mão do menino ficou coberta de sangue, e ele abriu o bocão e começou a chorar, quando alguém ameaçou de leva-lo para o hospital, ele saiu correndo em disparada. Os professores saíram correndo atrás dele, mas nenhum conseguiu parar o moleque, então se juntaram a caça duas zeladoras e uma cozinheira. Nunca vi uma criança correr tanto e ser tão lisa como ele foi, por mais que o cercassem ele sempre achava uma brecha e fugia. Ao ver os professores correndo atrás dele, as crianças pensaram que era “CHUTS”(depois eu explico o que é chuts) e começaram a correr atrás do Dinho. Mesmo com quatro professores, duas zeladoras, uma cozinheira e duas turmas de alunos, ninguém consegui fazer aquele menino parar. Foi então que eu tive uma idéia e fui contar para uma professora que estava tomando um fôlego:
- Professora preciso falar com você.
- Agora não João, to ocupada tentando pegar aquele garoto!!!
- É sobre isso mesmo que eu queria falar. Eu tive uma idéia para pegar ele.
- Então desembucha...
- Eu na tv, que quando se os biólogos querem pegar passarinhos para estudar, eles esticam uma rede e os passarinhos ficam presos, nos poderíamos pegar a rede de vôlei para parar aquele menino.
- É verdade, essa é uma boa idéia.
Então ela buscou a rede de voltei, daí a professora e uma das zeladoras foram com a rede para caçar o Dinho, e deu certo mesmo, quando o moleque estava vindo ao encontro delas, elas esticaram a rede e o moleque se enganchou na rede e caiu no chão. Ao ver o menino não chão, eles ficaram aliviados, mas esse alivio durou ate os professores notarem que os alunos que estavam correndo atrás do moleque, não estavam tentando parar o garoto e o levar ao hospital, eles estavam correndo porque pensavam que era chuts.
chuts era uma defesa contra os valentões, toda vez que um aluno era ameaçado por um valentão, esse aluno apontava para o valentão e gritava: -chuts! chuts chuts chuts!. Então todas as crianças que estivessem por perto saiam correndo atrás do valentão, normalmente o valentão saia correndo para tentar fugir, oque era uma má idéia, já que quanto mais o grupo corria mais crianças se juntavam ao grupo, quando o grupo finalmente alcançavam o valentão, eles o derrubavam e cada criança ali dava um ou dois pontapés no valentão.”
Então formou-se uma roda de crianças em volta do Dinho que levou vários chutes, só não levou mais porque um dos professores se jogou no meio daquele alvoroço e tirou o moleque a força dali. O Dinho ficou bem, apesar de ter ficado alguns dias internado. Quando ele voltou para a escola, nos tivemos que pedir desculpas pelos chutes.

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O lobisomem

A minha cidadezinha era campeã em aparições de assombrações e seres do folclore, toda semana se via alguém comentando que viu uma pessoa morta, ou então viu um vampiro, ou o Saci Pererê. Apesar das varias visões de seres do alem, essas visões nunca se repetiam seguidamente, sempre numa semana um via um vampiro, na outra uma pessoa via a Mula sem cabeça, na outra semana duas pessoa viram seres do alem, mas uma viu um fantasma e a outra viu o Boi Tata. Essas aparições eram tão comuns, que todos na cidade já estavam acostumados, no entanto uma certa vez, varias pessoas começaram a ver o mesmo ser, na mesma semana e nas semanas consecutivas, esse ser era o lobisomem. Por ser algo que estava se tornando constante, as pessoas começaram a ficar com medo, tal medo era foi suficiente para que o prefeito de nossa cidade, montasse um grupo de busca e caça ao lobisomem. Eu não conhecia ninguém que tivesse visto o lobisomem, ate que uma noite meu pai chegou esbaforido em casa:
- O que aconteceu para o senhor estar assim pai?
- Filho do céu!!! Você não vai acredita!!! Eu estava voltando da casa de tua avó, quando um ser peludo me abortou e soltou um uivo aterrorizante, era o lobisomem que anda atacando a cidade, então me borrei todo e vim correndo para casa sem olhar para trás, e resando para que aquele monstro não me pegasse.
- Pare pai, esse tipo de coisa não existe. Você deve ter visto um bêbado peludo, uivando de dor na cirrose, e por causa do medo, você o confundiu com um lobisomem.
Depois desse dia, meu pai e a minha mãe, não deixaram ninguém sair de casa a noite, com medo do ataque do lobisomem, mas se isso fosse apenas lá em casa, estaria tudo bem, mas vários outros moradores começaram a deixar de sair de noite com medo do lobisomem. Para piorar apareceu uma mulher dizendo que estava grávida do lobisomem, depois disso o prefeito decidiu, colocar um toque de recolher em toda a cidade, quando era 10 horas, todos eram obrigados a se recolher para suas casas, com a ameaça de receberem multas ou ate mesmo serem presos. Nisso já havia passado quase três semanas que o ataque do lobisomem tinha começado, cada dia o grupo de busca e caça ao lobisomem aumentava, o grupo começou com três pessoas passou a ter mais de quarenta pessoas cadastradas, mas como as pessoas viam que aquele grupo não era de nada (na verdade aquilo parecia mais uma reunião de bêbados), então os próprios moradores começaram a reunir seus grupos de caça. Esses caçavam o lobisomem com o que se tinha de disponível, desde armas de fogo ate mesmo foices, enxadas, paus, pedras e diversos amuletos para espantar o bicho em caso de emergência.
Enquanto eles procuravam o lobisomem, eu e meus amigos sentíamos falta das noites que nos virávamos conversando na rua (esse era um costume antigo, saiamos sem rumo andando pela cidade, falando baboseiras e bebendo à-vontade), das festas, dos bares... e enquanto o tempo passava nos ficávamos cada vez mais entediados em ter que ficar vendo a novela das oito.
Vendo que aquele povo nunca iria capturar nem mesmo um monte de bosta, nós decidimos fazer o nosso próprio grupo de caça ao lobisomem. Combinamos que cada um iria falar para os pais que ia passar a noite na casa do Chico, daí iríamos nos encontrar na praça da igreja, ficou combinado também que cada um iria levar (escondido é claro) o que achasse para ajudar na caça do lobisomem. No dia eu fui o primeiro a chegar na praça, depois começou a chegar um por um ate que o ultimo de nós chegou, daí antes de começarmos, a procurar o lobisomem, nós fizemos um inventario para ver o que cada um havia conseguido trazer:
- (Chico) bom eu trouxe, umas estacas de madeira que eu mesmo fiz com uns restos de madeira que tinha lá em casa.
- (André) eu trouxe alho, e uma garrucha velha do meu pai.
- (Jose) eu trouxe carne para atrair o lobisomem.
- (Eu) puxa vida!!! Aff! Mas vocês são lerdos mesmo!!!! Alho e estaca são para vampiro, essa garrucha velha não mata nem passarinho, e tu acha mesmo que carne vai atrair o lobisomem, eu já disse para vocês que deve ser alguém fantasiado!!!
Então começamos uma boa discussão, que foi interrompida por um grupo de pessoas empunhando paus, enxadas, algumas armas e uma foice. Era um grupo de pessoas que haviam se reunido para caçar o lobisomem, decidimos nos juntar com esse grupo (afinal era mais seguro). Enquanto andávamos pela cidade a procura do lobisomem, o pessoal comentava as historias de que outros grupos já haviam sido atacados pelo o lobisomem. Foi passando o tempo e nada de algum lobisomem aparecer, quando estava pensando em voltar para casa um uivo pairou pelo ar:
- aaaaaauuuuuuuuuulllllll aaaauuuulllll aaaaauuuuulllllll.
Deu para sentir todos ali tremendo de medo, não só sentir como ouvir as canelas tremendo e batendo uma na outra, então em nossa frente foi surgindo no meio daquela escuridão um vulto, esse vulto veio andando (sempre pelo lado mais escuro da rua), apesar de estar escuro, deu para perceber que o bicho era peludo e andava de uma forma estranha. Então ele soltou um uivo mais aterrorizador que o anterior, então eu penssei “- bom eu estou seguro, tem varias pessoas aqui ao meu lado, se por algum acaso ele vier nos vamos o enfrentar juntos”, mas como diz o outro “foi só penssar!!!”, isso mesmo foi só pensar que aquele povo cagão começou, de um em um, a sair correndo, e de um em um, todo mundo saiu correndo, inclusive eu (ou você acha que eu iria enfrentar o bicho sozinho, vai que ele é de verdade mesmo).
O bicho começou a nos perseguir, corríamos todos juntos para fugir daquele bicho, ao ver uma casa de muro bem baixo, decidi pular o muro e me esconder atrás dele. Ouvi ate a ultima pessoa passar por ali (algumas ate gritavam), depois veio o silencio que foi interrompido por uma grande gargalhada:
- ashuashaushaua hauhauaaahuahauaahua, são uns babacas mesmo, háaaaa hahahaha!
“Nossa eu conheço essa risada estranha e essa vós de ganso afogado, são exatamente igual a do meu primo pé no saco, o Ariomar, não só pode ser dele!!!”(pensei comigo), olhei com todo o cuidado por cima do muro, então eu vi um ser que realmente tinha uma cabeça muito parecia a de um lobo, mas o corpo era uma fantasia, alias a parte de baixo era uma fantasia bem furreca de gorila, era igual a que a que o Ivo Landa usava nas pegadinhas do Silvio Santos, sinceramente eu não sei como aquela roupa furreca assustava alguém, mas é como aquele velho ditado diz “na hora do medo ninguém repara em detalhes”.
O Ariomar era o pior espécie de primo que alguém poderia ter, ele é daquele primo que gosta de fazer você passar vergonha, ate hoje eu não me esqueço das puxadas de cueca e dos safanões que eu levei dele, isso sem fala das outras coisas que ele fazia.
Quase se matando de tanto rir, aquele bicho saiu andando e rindo que nem um condenado, então decidi seguir ele sorrateiramente (ou em bom português “na moita”). Andei por quase toda a cidade seguindo aquele ser, então depois de uma boa caminhada acabamos encontrando um outro grupo de pessoas que estavam a procura do lobisomem, esse grupo era menor que eu e meu amigos aviamos nos juntamos, mas mesmo assim era um numero considerável de pessoas, então como da vez anterior aquele ser soltou um uivo muito alto que fez as pessoas do grupo tremerem de medo, depois ele andou mais um pouquinho (sempre permanecendo do lado escuro da rua),então deu outro uivo e no final umas latidas, o povo já estava começando a andar para trás quando eu tomei uma decisão, “ eu vou lá e vou arrebentar a cara daquele infeliz, vou descontar cada puxão de cueca que aquele infeliz deu em mim, nunca haverá uma oportunidade melhor para se fazer isso sem que eu leve bronca depôs por ter batido num primo”.
Antes que o povo saísse correndo, eu corri ate aquele lobisomem “made japan”, pulei em cima dele e o derrubei no chão, então eu comecei a socar ele com toda raiva que eu tinha acumulado em anos de convivência com aquele primo mala. Depois de apanhar bastante aquele ser começou a revidar o socos, enquanto ficávamos ali rolando no chão o povo assistia a cena paralisados, não teve um para vir me ajudar a bater no lobisomem!!! Voltando a briga!!! o lobisomem tentou escapar, mas eu corri atrás dele e o derrubei no chão de novo e dei uns bons socos na pança dele, depois que ele já estava entregue, eu comecei a chutá-lo sem dó e ele começou a se manifestar:
- ai ai ai!!! Porra meu para com isso!!! Vai chuta a mãe!!!
- Foi ela mesmo que pediu para eu vir dar um cacete em você...
Depois que o lobisomem estava no chão e eu o chutando, o povo resolveu se manifestar, um ser no meio deles gritou “- Olha lá, ele derrubou o lobisomem no chão e esta batendo nele!!! Vamos ajuda-lo!!!”, então ao ver aquela multidão de pessoas correndo eu resolvi sair de perto (afinal se ficasse ali, eu poderia ser linchado junto), a multidão formo uma roda em volta do lobisomem, como já não tivesse apanhado bastante, ele apanhou mais daquelas pessoas. Conclusão: o meu primo foi preso, depois que ele foi preso os ataques do lobisomem pararam, por ter feito a algazarra que fez ele ficou preso um ano, lá na prisão ele viro pastor evangélico e parou de pregar peças e encher o saco com brincadeiras sem graça, agora ele enche o saco com uma igreja que ele montou na garagem da casa dele, alem de ficar toda hora tentando levar alguém para a igreja dele, ele tenta converter todo mundo, ele deu também de passar sermão em todo mundo (como se ele tivesse direito, porque mesmo depois de virar pastor ele continua fazendo as cagadas dele, mas essa historia eu conto outro dia). Já eu, por ter saído sem permissão dos meus pais fiquei de castigo por um mês, mas pelo menos eu lavei a minha alma ao dar uns petelecos na orelha do meu primo.

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