Andando pelo condômino tranquilamente quando me deparo com um homem furioso (com direito a careta, pele vermelha e veia saltando da testa), achei estranho o estado do infeliz mas não dei bola... afinal de contas cada loco na sua. Mas não deu para passar desapercebido, me agarrou pela camisa e gritou “Eu sei o que tu fez na noite passada”.
“ Explicando a historia, esse homem raivoso era marido da Dona Armelinda (não se deixe enganar pelo nome, dona Armelinda era a mulher mais gostosa e bonita do condominio), na noite passada eu tive um trabalho imenso para roubar as calcinhas da Armelinda, tive que roubar a escada do condomínio para alcançar o varal do apartamento dela e praticamente subornar o vigia noturno... Tudo isso no intuito de provar para meus amigos que eu era foda...”
Olhei para a situação tentando arrumar saia, era cara muito alto e forte prestes a bater numa criança indefesa que roubou as calcinhas de sua mulher gostosona. Logo achei uma brecha e escapei das mãos do canalha, sai correndo e gritando “Me pegue se puder seu viado!!!!”. Falei merda só porque tinha duas garotas olhando a situação, eu precisava mostrar que eu era o cara, mas por dentro eu estava me cagando de medo e pensando apenas em sair correndo...
Corri o mais rápido que eu podia, mas não era rápido o suficiente para tomar distancia do troglodita que chegava mais perto de mim a cada passo. Para o azar dele eu já estava com um plano armado, precisava distanciar e levar o troglodita para uma pracinha que ficava a 5 quadras de casa. Corrida em zig-zag, sempre procurando passar por obstáculos para tentar atrasar o troglodita. Eu consegui chegar perto da praça mas não no lugar que eu queria, acabei tropeçando no meio fio e o Troglodita me pegou. Estava prevendo minha morte, cheguei a fechar os olhos e a rezar. Quando esse tipo de situação acontece tudo passa mais devagar e a gente pensa em muita coisa, o estranho é que demorei muito tempo para sentir dor e na realidade nem cheguei a sentir dor. Lentamente abri os olhos e vi a cara de horrorizado do Troglodita, dei graças a Deus e a todos os santos porque as minhas preces foram atendidas e o Troglodita “viu aquilo que eu queria que ele visse naquele momento”, entendeu? Não? Vou explicar...
“O Corno é sempre o ultimo a saber que é corno e no caso do troglodita não era diferente, já que a Dona Armelinda ia todo dia na praça trair o marido com o dono da banca de jornal... Como ela fazia isso em lugar publico, todos do bairro sabiam da traição menos o Corno Troglodita que trabalhava nesse horário (não sei porque ele estava me enchendo o saco naquela hora)....”
A cara dele mudou de “corno recém descoberto” para “corno furioso”, me largou e saiu voando para cima do casal que estava aos beijos no banco da praça e ali começou uma porradaria sem precedentes na historia daquela pracinha e eu vi tudo de camarote, em cima da mesa que os velhinhos jogavam xadrez. Os dois eram fortes e lutavam bem, era tanta porrada que sobrou um soco na cara até para Dona Armelinda. A porradaria só parou com a chegada da policia. Fiquei feliz por ter escapado ileso (já que era eu que iria apanhar), mas fiquei triste de perder a vizinha mais bonita do condomínio.
1 Comentarios:
è mesmo...
Tem vizin... épocas da vida que passam e deixam tanta saudade...
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