Bixo de pé


Josefino era um amigo que eu tinha, ele era nordestino (o que já se percebe pelo nome), ele era engraçado e extrovertido, apesar de que muitas coisas que ele falava a gente não entendia ( já que ele falava rápido e embolado ) mas. Um dia estávamos no bar com mais alguns amigos ouvindo o Josefino contar umas de suas historias a do bicho-de-pé:
- rapas um dia eu acordei com uma coceira danada no meu pé, fiquei avechado e aguniado com aquela coceira que não passava nunca, depois de um tempo resolvi olhar para o meu pé e fiquei assustado com o tamanho dôo bicho-de-pé que estava na sola do meu pé. Sabe não era um bicho e sim um bichão, naquela agonia fui correndo mostrar o meu pé para minha muié,
- “homi que tamanho de bicho é esse!!! Porque você não me trouxe antes?”(disse ela)
- eh que eu gosto da coceirinha!!! Mas depois que eu vi esse bichão eu fiquei com medo
- bichão nada, é uma bichona!!!
- Ué como você sabe?
- É que ela ta com ovas
- Oxe então tire a bichona antes que ela crie!!
- Posso não, se eu tirar esse bicho com esse monte de ovas vai cair seu dedo, vai ter que levar numa benzedeira, para ela benzer e tirar esse bicho daí
- Daí rapases tive que ir numa cidade a mais de cem quilômetros onde tinha uma benzedeira que benzeu e tirou o bicho, vou falar uma coisa para oces, bicho da uma coisseirinha gostosa mais vou dizer uma coisa, ter uma bichona tem seu lado bom mais é duro de tirar essas bichonas do pé depois!!!!
Daí a gente deu umas risadas da cara do Josefino ate que uma vos gay soou atrás de nós:
- oque é que você tem contra as bichonas? Nordestino safado
- é que por um tempo ate que é bom, mas depois elas só incomodam!!!!(respondeu josefino)
Na hora que eu olhei para trás eu via a merda que o coitado do Josefino tinha acabado de fazer, tinha um moreno,alto,magro, de cabelos cumpridos e trançados, de roupas coladas no corpo, de salto alto e super furioso, tão furioso que pegou o Josefino ergueu ele do chão e disse na cara dele:
- eu sou uma bichona!!! Você tem algo contra?
- (Josefino olhou confuso para a gente e disse) ele uma bichona?
Isso só deixou o cara mais nervoso, ao ponto de o cara jogar o Josefino longe ( a primeira vez que eu vi um cabeça chata voar), o coitado caiu em cima de umas mesas e levantou meio atordoado e não deu nem tempo de tentar explicar alguma coisa porque o viadão logo ergueu o Josefino do chão e começou a dar uns tapas na cara dele, eu vendo que não tinha outro jeito, tive que intervir na briga:
- DA PARA PARAR COM A PUTARIA!!!! PORRA ( gritei efusivamente )
daí quando o viadão parou um pouco de bater no coitado eu expliquei rápido antes que ele voltasse a bater no Josefino de volta:
- lá de onde ele vem, bichona que dizer bicho-de-pé!!
- É verdade!!!(Josefino entendendo oque tinha acontecido) teu peguei uma bichona enorme no meu pé que deixou um baita buraco no meu dedo ( daí ele tirou o sapato e a meia e mostrou o dedão ) óia só!!!
- Ai que nojo tira isso daqui (gritou o viadão)
Depois de tudo explicado, o viadão ( que se chamava Camili ) acabou pedindo desculpas e também acabou tomando cerveja junto com a gente, mas o pior de tudo foi ter que levar o Josefino para casa e tentar explicar para a mulher dele o porque ele estava todo quebrado e com o olho roxo!!!!

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realizando um desejo


Tinha uma namorada que queria ter uma certa corrente que ela sempre via numa vitrine quando ela voltava da escola, como estava chegando o aniversario de dois anos de namoro e como eu tava afim de agradar ela resolvi comprar a bendita correntinha para ela. Daí um dia eu levei ela ate o ponto de ônibus e aproveitei para ver a correntinha que ela vivia falando, quando eu vi a bendita corrente quase morri com o preço daquela porcaria, como ela vivia falando “correntinha” eu pensei que era algo singelo e singela, mas pelo contrario, essa tal de “correntinha” era meio grande e grossa e era toda de ouro com um pingente com um pequeno diamante e custava tanto que mesmo que se eu pegasse minha mesada de dois anos eu não iria conseguir comprar a tal correntinha, mas como eu gostava dela e queria agradar ela eu decidi arrumar um jeito de conseguir o dinheiro. Dois dias depois eu já estava trabalhando para juntar dinheiro para comprar a maldita correntinha.
Um dos meus trabalhos foi de ajudante de palhaço!!!! Eu era o palhaço “Quero-quero”, eu era o ajudante do palhaço Bumbum (ate hoje tem algumas pessoas maldosas que me chamam de quero-quero bumbum), minha função era: de ajudar o Bumbum a fazer suas toscas mágicas, agüentar aquelas criancinhas me chutando e puxando minha calça para ver minha cueca, de agüentar o palhaço bumbum atacando torta em mim e de gritar a seguinte frase quando me perguntavam o que eu queria:
- HHHAAH eu quero-quero palhaçadaaa!!!! HAAHHH!!!
Mas como esse trabalho era mais de fim de semana não rendia muito, outra coisa que eu fiz para ganhar mais um pouquinho, era passear com os cachorros do meu condomínio, ate hoje me lembro das vezes que eles me confundiam com um poste e me faziam voltar encharcado para casa, ou de quando eles resolviam acasalar no meio da rua e eu tinha que separa-los na base do chute e eles sempre me mordiam. Eu também servi de detetive, tinha algumas pessoas que me pagavam para seguir o seu parceiro (ou ficar o dia inteiro na frente da casa para ver quem entrava e saia) ou para achar um cãozinho perdido, e durante dois meses eu fiz coisas que nunca imaginei que um dia eu pudesse fazer, como por exemplo: ajudante de pedreiro, costurei, carreguei mudança, limpei janelas de um prédio ( de onde andares ), limpei fossa, cavei buraco, fui ajudante de coveiro, mas oque mais dava dinheiro era o trabalho que eu mesmo inventei, jogar pessoas na valeta ( para quem não sabe valeta é um esgoto a céu aberto), eu tive essa idéia porque atrás do meu colégio tinha uma valeta e todos os alunos aniversariantes eram jogados dentro da valeta, só que umas pessoas resistiam a não ir(oque da para entender), e com isso tive essa idéia, como era eu e mais dois amigos era fácil de jogar qualquer pessoa dentro da valeta, no começo era apenas alunos do colégio que eram jogados dentro da valeta, mas com o passar do tempo pessoas que queriam se vingar de alguém vinham ate mim e pediam para eu jogar essa pessoa dentro da valeta (marido galinha, vizinha fofoqueira, veio encrenqueiro, pastor ladrão etc...), todo mundo que tinha algo com alguém vinha ate mim pedir para eu jogar alguém na valeta, inclusive eu mesmo, sim eu também já fui vitima, um veio que sempre via eu jogando as pessoas veio me perguntar o porque eu fazia aquilo, daí eu expliquei toda a historia para ele e quando eu terminei de contar ele me perguntou quanto eu me cobrava para me jogar na valeta, daí eu pensei, “quanto falta para comprar o colar???”, daí eu acabei cobrando dele oque faltava para completar o meu pé-de-meia e por incrível que pareça ele aceitou a oferta eu sem outra saída pulei dentro da valeta, pra falar a verdade nunca tive tanta merda em minha cueca como naquele dia. Afinal de contas com muito esforço consegui comprar a correntinha para minha namorada, ela ficou toda feliz e usou por duas semanas sem tirar do pescoço, mas ela parou de usa-lo depois que ela trocou a corrente que eu dei para ela com meia dúzia de calças com a amiga dela!!!!

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Religando

Minha mãe andava esquecendo de tudo e não prestava atenção em nada que a gente dizia para ela, ela andava tão desligada que ela chegou a esquecer de ir ao banheiro, para você ter uma idéia mais detalhada de como ela estava vou transcrever uma conversa nossa:
- mãe você trouxe pão?
- Ah! Me esqueci, come bolacha mesmo!!!
- E o remédio do vovô você trouxe neh???
- AAAAHH!!! Me esqueci também!!
- Bom mas o isopor que eu to precisando para fazer o meu trabalho de escola você não esqueceu, não eh?
- Que isopor?
- Aquele que eu te pedi!!!
- Você não me pediu isopor nenhum!!
- Mãe fazem três dias que eu venho pedindo o isopor, só hoje eu devo ter pedido umas três vezes!!
- AAAHH! Então eu devo ter me esquecido!!!
Todo os dias eram assim, ela só não esquecia a cabeça porque ela esta grudada no corpo, ela já tinha passado dos limites. Um belo dia eu, meu pai e meu irmão decidimos dar um jeito nela para ver se ela parava de esquecer de tudo. Pra falar a verdade nos tentamos de quase tudo, mas oque adiantou mesmo foi mexer no lugar que mais dói nela “ o bolso”. Primeiro nos preparamos o terreno, nos mudávamos as coisas dela de lugar, inventávamos historias e dávamos uma ajuda a falta de memória dela:
- João Paulo você mexeu nos meus perfumes?
- Não porque?
- Porque eles estão fora do lugar!!
- Mas foi você que disse que iria mudar eles de lugar, ah eu te trouxe o varal que você me pedio!!
- Que varal eu não me lembro de pedir nenhum varal para você!!1
E quando inventávamos essas historias doidas, para deixar a minha mãe bem confusa, um encobria o outro quando meu pai inventava algo eu e meu irmão encobríamos ele (e vice-versa), daí quando ela já estava bem confusa nos ponhamos o verdadeiro plano em ação, eu e meu pai fomos de madrugada ate o estacionamento de nosso conjunto, e empurramos o carro de nossa mãe ate ele se espatifar com o carro da frente, daí no dia seguinte com a maior cara de pau o meu pai falou com a minha mãe:
- amor você se lembrou de puxar o freio de mão do carro?
- Claro que sim eu nunca me esqueço de fazer isso!!!
- Como não, já foram duas vezes que eu encontro seu carro para frente na vaga, ele só não bateu no carro do vizinho porque tem um depressão do piso que ano deixa ele andar muito, mas se um dia seu carro passar pela depressão ele vai se espatifar no carro da frente! Já deve ser a décima vez que eu to te falando isso!
- Você nunca me falou nada sobre isso!
- Como não ontem mesmo eu falei isso com você, pergunta para os meninos para ver se não é verdade!!!
Daí eu e meu irmão confirmamos a historia dele e minha mãe indignada foi ate a garagem para confirmar a historia, quando ela chegou lá levou o maior susto com o carro dela espatifado com o carro do vizinho, mas susto maior foi quando ela pegou a conta do mecânico, ela quase teve um ataque do coração, mas desde desse dia ela nunca mais ficou desligada ou esqueceu de algo!!!!

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Colando o professor



O meu melhor professor de geografia foi o professor Ermeson, alem de ser um ótimo professor ele era gente boa porque sempre que alguém precisava de ajuda ou nota ele dava aquela força, mas o que eu mais gostava, era que ele era um professor, que tinha a resposta para qualquer pergunta ou para qualquer gracinha que um aluno mais desavisado pudesse fazer o deixando humilhado. A minha resposta preferida foi quando o professor teve um ataque de tosse na sala e um engraçadinho gritou lá no fundo “PELLOOO”!!! ele quase que na mesma hora respondeu “ É DA SUA IRMà QUE NÃO LARGA DO MEU PÉ”, só que não satisfeito o cara lá no fundo disse “ EU NÃO TENHO IRMÔ o professor quase que sem pensar disse “ PUTZ!!! AXO QUE EU ME ENGANEI, DEVE TER SIDO SUA MÃE ENTAO!!!”. A sala ficou quieta, mas deu um tempo e começaram a tirar com a cara do pobre coitado do fundo.
Um belo dia ele entrou na sala meio estranho, sentou e começou a fazer a chamada mais de vagar do que o de costume, quando chegou na minha vez ele disse:”- cadê esse João Paulo?”, eu sem saber oque tinha acontecido ergui a mão.
- Ahh!!!! então o senhor que é o João Paulo!!!!(disse o professor)
- Sim sou eu!!!!
- Então é você mesmo que estou procurando! Um aluno veio me contar, que o senhor anda me chamando de viado por aí!!
- Mas professor, existem quatro pessoas nesse colégio que se chamam João Paulo, como o senhor sabe que sou eu e não os outros?
- Não me venha com essa desculpa barata!!!! não é mais fácil admitir que você falou!!!
Bem deixei quieto, mas se você já leu a historia do “meu maior mico” você deve se lembrar que não é a primeira vez que eu pago pelas cagadas dos outros João Paulo do colégio, para falar a verdade eu era uns dos poucos que não chamavam aquele professor de viado ou boiola, bicha, de pica-pua, gay, putinha etc...para falar a verdade eu não sei a causa desses rótulos (talvez fosse pelo jeito feminino de falar, ou porque quando ele se apoiava no quadro ele impinava a bunda, ou porque ele tinha o costume de alisar as canetas ou talvez porque ele de vez em quando usava camisa rosa...). Depois desse dia, a minha vida durante a aula dele virou um inferno, ele começou a pegar no meu pé, todas as perguntas eram feitas para mim, era só ele olhar para mim e dizer “senhor João Paulo poderia responder essa indagação para mim” e eu congelava, mas por sorte divina eu sempre respondia corretamente não dando oportunidade para ele tirar com a minha cara ou fazer um comentário (as vezes não é tão ruim ser um cdf). Passou meses desse jeito, ele conseguiu chegar ao ponto de me torrar o saco e me fez tomar umas providencias. A primeira providencia foi dar uma contra resposta para os alunos do fundo para as respostas do professor, e desde desse dia a brincadeira do pelo ficou assim:
- cof cof cof ( o professor tossia )
- PPEELLOOO ( alguém gritava)
- Da sua irmã que não larga do meu pé ( respondia o professor)
- Eu não tenho irmã (respondia o aluno malvado do fundo)
- Então devo ter me enganado deve ter sido sua mãe ( contra respondia o professor )
- Minha mãe é toda depilada, o peludo lá em casa é meu pai ( dava a resposta final o aluno )
O professor ficava muito bravo mas não falava nada! depois eu invadi o colégio a noite e fiz uma caricatura dele no muro com um texto explicativo “só não queima mais a rosca por falta de tempo!”, no outro dia eu entrei na radio do colégio no intervalo e coloquei o minha musica em ritmo de marchinha carnavalesca para todos ouvirem “ Emerson é um viado OLE OLE OLA – quando eu sinto cheiro de queimado OLE OLE OLA – eu Ermeson queimou a roscaaa OLE OLE OLA”, eu a cabei fazendo mais algumas coisas, mas a perola foi quando eu comprei uns vidros de super-bonde, esperei ele vir com uma calça de couro (que as vezes ele usava), pedi para uns amigos meus detraírem ele, enchi a cadeira dele de super cola, ele voltou sentou e quando tentou levantar a cadeira veio com ele, daí ele ficou todo encurvado com aquela cadeira colada na bunda ele tentou tirar a cadeira mas não conseguiu, depois ele começou a dar uns pulinhos para ver se ajudava mas nada, depois ele saiu andando para pedir ajuda mas ele andava igual a minha avó(torta e lenta), mas depois de uns cinco passos ele caiu e ficou de quatro, daí ele tentou andar de novo só que agora ele não parecia com a minha avó e sim com um tartaruga, a diretora que passava por perto ouviu as risadas dos alunos e foi ver oque tinha acontecido, quando ela entrou a sala ela não se agüentou e entrou na gargalhada, quando ela se acalmou ela foi chamou os inspetores e o guarda do colégio e carregaram o professor para a diretoria, depois a gente não viu mais ele mais outros alunos que não eram de nossa sala disseram ter visto o professor indo de cueca para seu carro!!!

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